Contexto

Conforme reconhecido pela UNESCO (2015), os museus têm um “valor intrínseco como guardiães do patrimônio, e que também desempenham um papel cada vez maior no estímulo à criatividade, proporcionando oportunidades para indústrias criativas e culturais, e de diversão, contribuindo assim para o bem-estar material e espiritual dos cidadãos em todo o mundo”. A atual crise global, desencadeada pela eclosão da pandemia Covid-19, está a enfatizar as implicações na gestão, financiamento e desenvolvimento de museus, com impactos diretos nessas instituições. Segundo levantamento realizado em museus europeus (NEMO, 2021), mais de 70% das instituições investigadas foram fechadas durante o primeiro confinamento, comprometendo a sua renda e impacto social, devido à queda de diferentes categorias de visitantes. Embora os museus precisem de recursos econômicos adicionais, eles não conseguem encontrar alternativas facilmente, e os grandes museus parecem estar mais propensos a buscar por recursos do que os menores.

Esta situação pode prejudicar a capacidade dessas instituições culturais de proporcionar à sociedade o acesso à cultura, que é um bem essencial para o bem-estar das pessoas e das suas comunidades, especialmente em tempos de crise. Além disso, é fundamental encontrar soluções inovadoras para superar as barreiras que os museus e instituições semelhantes enfrentam. Para esse efeito, é imprescindível compreender a situação atual do papel da inovação nos museus portugueses, de forma a descobrir deficiências e limitações, visando encontrar soluções adaptadas a cada instituição e ao seu contexto social.

Como os museus entendem e atuam no campo da inovação?

Como eles entendem a contribuição da inovação organizada na criação e avaliação de serviços, produtos e processos novos ou aprimorados?

Até que ponto as atividades e investimentos em cada museu são dedicados ao desenvolvimento da inovação como um processo?

Qual a situação atual dos museus diante da inovação tecnológica e processual?